domingo, 22 de maio de 2011

O mercado de jogos sociais “quebrará violentamente”, segundo Denis Dyack

Chefe da Silicon Knights compartilha sua visão sobre o futuro dos jogos sociais e acredita que não exista nele um futuro concreto.


Nos últimos tempos tem se falado muito a respeito do crescimento do mercado de jogos sociais e do futuro dos jogos de consoles.

O debate esquentou durante a Game Developers Conference, quando o presidente da Nintendo, Satoru Iwata, expressou as suas preocupações sobre o futuro dos jogos, no que foi visto por muitos como um ataque pouco velado de Iwata à App Store da Apple, culpando a enorme quantidade de conteúdos baratos e geralmente gratuitos das lojas de aplicativos de diminuir o valor [no sentido de grandeza, qualidade] dos jogos.

Depois foi a vez da desenvolvedora de Angry Birds afirmar que os jogos de consoles estão “morrendo,” seguida pelas declarações do Ex-Presidente da Sony Computer Entertainment na Europa, Phil Harrison, de que os jogos casuais vieram para ficar. E o debate sobre o assunto continuou se entendendo; a desenvolvedora de Homefront afirmou que os “desenvolvedores de FPS precisam correr mais riscos,” a desenvolvedora de Brink disse que o mercado de jogos está muito desproporcional, e por fim a Nintendo recentemente refutou a ideia de que os jogos de consoles estejam morrendo.

E agora, mais um membro da indústria forneceu a sua opinião sobre o assunto; uma que pode surpreender a muito. O veterano Denis Dyack, chefe dos estúdios Silicon Knights, declarou que o mercado de jogos sociais está prestes a sofrer uma grande crise. Em entrevista para a IndustryGamers, ele disse acreditar que o setor não possui um futuro concreto.

A tendência que eu vejo é que [o mercado de jogos sociais] será provavelmente uma das maiores crises que a nossa indústria já viu em muito tempo, e eu acho que quando ele quebrar, ele quebrará violentamente,” previu ele. “Eu não acho que exista uma economia lá.” Dyack especulou que o retorno financeiro dos jogos sociais não são suficientes para cobrir o enorme investimento atualmente gasto neste mercado.

Eu não sei sobre a Zynga, eu acho que é uma grande micro-empresa, mas eu acho que o montante de riscos que eles têm corrido lá, em geral, é igual a maioria dos investimentos da indústria dos vídeo games. Parece mais uma ação de marketing para mim. Não se parece com um jogo de verdade. E talvez ele mude, eu não sei. Me parece muito, muito perigoso,” disse ele.

E continuou, “Eu acho que a Zynga teve uma valorização maior do que algumas das mais tradicionais distribuidoras de hoje tiveram em décadas. Me desculpe, mas eu simplesmente não vejo. Ele parece irreal para mim... Não me parece que ele seja seguro ao longo prazo.”

Denis Dyack, da Silicon Knights.


E nesse exato momento nós estamos vendo uma enorme migração para este risco e nós estamos vendo muita empolgação e uma série de idéias ilusórias, mas quando os jogos começarem a de fato mostrar os reais retornos financeiros e os ‘isso aqui é o quanto nós arrecadamos e isso aqui é o quanto ele custou’... eu acho que esta indústria não vai durar por muito tempo,” complementou ele.
Embora a EA não tenha hesitado em pular de cabeça nesta tendência com a compra da Playfish ano passado, e embora outras empresas como a Tecmo Koei tenham planejado jogos para as redes sociais, Dyack afirmou que muitas das tradicionais distribuidoras têm compartilhado suas preocupações e têm sido relutantes em fornecer maiores recursos.
Eu acho que existem uma série de distribuidoras aí fora que não concordam com [esse mercado] e que simplesmente não falam. Eu não vejo a Nintendo investindo nesse campo, por exemplo. Existem uma série de distribuidoras que eu não vejo investindo nesse campo.”


FONTE: Eurogamer.net

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Outras notícias:
- Nintendo refuta a idéia de que os jogos de consoles estejam morrendo  
- O mercado de jogos está muito desproporcional, afirma o estúdio de Brink 
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