terça-feira, 6 de setembro de 2011

DICE não permitirá que os jogadores atirem em civis em Battlefield 3

A desenvolvedora não colocará civis na linha de tiro dos jogadores porque eles tendem a fazer “coisas ruins”


Em 2009, Call of Duty: Modern Warfare 2 chamou a atenção da indústria dos games com a sua polêmica fase ‘No Russian’, que dava aos jogadores a opção de executar civis sem defesa. E com a chegada de Call of Duty: Modern Warfare 3 para o final do ano, alguém poderia perguntar se o seu concorrente, Battlefield 3 da EA, estaria preparando algo semelhante. Porém, de acordo com o produtor executivo Patrick Bach, assassinar civis está totalmente fora de cogitação no mais novo jogo da DICE.


Bach concluiu que, caso a opção fosse dada, muitos jogadores não resistiriam a oportunidade de serem maus, e ele teme que a culpa pelas ações perversas deles (como por exemplo, atirar em civis desarmados) caia sobre os criadores de jogos.

Após ser perguntado pela Rock, Paper, Shotgun se a história de Battlefield 3 entraria em assuntos morais em torno da guerra, Bach alegou que “os jogos estão aonde os filmes estavam nos anos 30 ou 40, aonde eles saíram de um espetáculo técnico para um ‘Ei, espere um pouco, nós na verdade podemos usar isto para dizer algo, ser político’ e coisas do tipo. Eu acho que nós estamos começando a ver coisas desse tipo.”
Entretanto, o executivo reconheceu que “se você colocar o jogador na frente de uma escolha aonde ele possa fazer coisas boas e coisas más, eles farão coisas más, irão para o lado do mal – porque as pessoas acham que é legal ser perverso, elas não [terão que responder por nada...]. Num jogo que seja mais autêntico, quando você tem uma arma em sua mão e uma criança na sua frente o que aconteceria? Bem, provavelmente o jogador atiraria naquela criança.”
Isto é algo que Bach quer evitar, porque apesar da escolha de se fazer uma coisa má seja do jogador, “Seríamos nós aqueles a serem culpados. Nós é que temos que criar as nossas experiências, então nós não colocamos os jogadores em experiências aonde eles possam fazer coisas ruins.” Embora não tenha sido explicitamente mencionada, parece haver tido uma referência à polêmica fase de Modern Warfare 2 aqui.
De fato, Bach admitiu que há um certo nível de auto censura necessária para limitar possíveis comportamentos desagradáveis dos jogadores. “Pessoalmente, eu tento ficar longe de civis em jogos como BF porque acho que as pessoas usarão o mal. Eu não quero ver vídeos na internet aonde as pessoas atiram em civis. Isto é algo que eu prevenirei ao remover esta opção do jogo.”

E continuou, “Isso não significa que eu não quero que as pessoas achem que a guerra não é boa... Nós estamos tentando fazer algo que seja mais maduro. Maduro não é ser sanguinário – algumas pessoas confundem as duas coisas. Isso é imaturo na verdade, querer mais sangue.”
O executivo da DICE ainda soltou alguma pista sobre a história de Battlefield 3 envolver um olhar mais profundo na natureza da guerra, mas não chegou a entrar em detalhes específicos.
Eu acho que os jogos precisam amadurecer um pouquinho mais,” acredita ele, mas com a convicção de que “eles crescerão junto com os jogadores. Sempre haverá jogos para crianças – eu quero jogos para adultos, jogos que eu possa jogar. Enquanto eu estiver no meio desta indústria eu farei jogos que eu queira jogar.”
Modern Warfare 2 teve repercução até mesmo na mídia comum, com o assunto tendo parado inclusive no Parlamento Americano.


FONTE: Industrygamers.com

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