segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Desenvolvedor de Mutant Mudds diz que não poderá mais dar suporte ao 3DS caso a pirataria se espalhe pela plataforma

Chefe do estúdio Renegade Kid revela a sua preocupação em não conseguir sustentar a sua empresa por não receber o retorno dos investimentos gastos.


O chefe da desenvolvedora Renegade Kid, Jools Watsham, revelou a sua preocupação com a recente notícia de que hackers parecem ter conseguido piratear o Nintendo 3DS. O diretor de jogos e cofundador do estúdio que criou os títulos Mutant Mudds e Dementium usou o seu blog para expressar a sua apreensão em relação ao caso, afirmando que a empresa não poderá mais criar títulos para o portátil caso as cópias ilegais de seus jogos passem a ser distribuídos livremente entre os consumidores.


 “A pirataria no Nintendo DS mutilou o mercado do DS no varejo, especialmente na Europa,” escreveu Watsham em uma nova postagem. “Se a pirataria se tornar grande no 3DS, nós não teremos outra escolha senão não mais dar suporte à plataforma com novos jogos,” alertou ele.
Watsham citou o caso dos jogos Dementium, cuja sequência não obteve nem mesmo metade do sucesso do título original. “Dementium: The Ward vendeu mais de 100 mil cópias no mundo todo, o que é um grande sucesso para um título maduro e original de DS. As vendas registradas de Dementium II foram menos da metade disso. Nós nunca saberemos ao certo porque isso aconteceu, mas muitos parecem acreditar que a pirataria teve muito a ver com isso.”

O desenvolvedor comentou ainda sobre o argumento utilizado pelos defensores da pirataria de que a cópia ilegal acaba resultando em maiores vendas no futuro.

Alguns dizem que a pirataria resulta em maiores vendas, alegando que ela permite aos jogadores a experimentarem [o jogo] antes de comprar. Besteira,” afirmou Watsham categoricamente. “A porcentagem de pessoas que gastam o seu dinheiro em um jogo que eles já possuem de graça é com certeza muito pequena - especialmente com tantos jogos “gratuitos” já disponíveis no mercado. A linha entre o que deveria /não deveria ser de graça está ficando muito deformada.”

Watsham chegou até mesmo a sugerir aos hackers a utilizarem os seus conhecimentos para uma causa legítima. “Se estes hackers realmente querem bagunçar com o 3DS, porque não se tornarem legítimos desenvolvedores [da plataforma] e deixarem que o mundo desfrute de seus talentos? Muitos dos grandes programadores de hoje costumavam ser hackers antigamente. É uma ótima forma de aprender o ofício. Colocar estes esforços na criação de jogos legítimos ao invés de mutilar o mercado me parece ser um caminho muito mais proveitoso.”

No entanto, as palavras do desenvolvedor acabaram sendo recebidas com pouca admiração por algumas pessoas, e Watsham então decidiu por publicar uma segunda postagem sobre o assunto para esclarecer alguns de seus pontos.

Eu sempre fui um grande defensor da Nintendo, do Nintendo DS e do Nintendo 3DS,” escreveu ele. “Se você tem acompanhado os meus vlogs, blogs e tweets nos últimos 6 anos você saberá disso. O que me chateou é que algumas pessoas entenderam os meus comentários como um ataque à Nintendo, ao 3DS e aos jogadores. Nada poderia estar mais longe da verdade.”

E então ele continuou, “O que [os comentários] significam é que se nós não pudermos fazer dinheiro com o desenvolvimento de jogos nós não poderemos mais desenvolver jogos. Isto é o que vai acontecer se a pirataria se espalhar. Se muitas pessoas optarem por obter de graça cópias ilegais dos meus jogos ao invés de pagar por elas, isso afetará diretamente o meu negócio e a minha casa.”

Mas apesar de tudo, Watsham está esperançoso de que a Nintendo possa tentar impedir que a pirataria se espalhe de vez no 3DS, “A boa notícia é que a Nintendo é capaz lutar de contra a pirataria através das atualizações do sistema do 3DS e coisas do tipo,” disse ele. “Vamos torcer para que isso seja o suficiente para barrar a pirataria. Só o tempo dirá.”

Antes do lançamento da plataforma em Março de 2011, a fabricante japonesa havia dito que o portátil possuía a mais sofisticada tecnologia antipirataria já criada pela empresa.

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