segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Heavy Rain deixou de arrecadar $13 milhões por causa do mercado de jogos usados

Guillaume de Fondaumiere, fundador da Quantic Dream, revela que o jogo possui 1 milhão a mais de usuários no sistema de troféus do que as vendas totais do título, e comenta sobre os problemas dos jogos de segunda mão e suas conseqüências para a indústria dos games.


Um dos problemas mais agravantes e que sempre esteve presente na indústria dos games é o mercado de vendas de jogos usados, algo que tem crescido entre as lojas de games como a Gamestop. Algumas distribuidoras como a Electronics Arts e a THQ têm feito o uso de um sistema de cobrança adicional para que os consumidores que adquiriram um jogo usado possam acessar os modos online do mesmo.


E a mais nova empresa a sentir na pele as consequências deste problema é a Quantic Dream, desenvolvedora de Heavy RainGuillaume de Fondaumiere, fundador do estúdio, acredita que o mercado de jogos usados prejudica a indústria e, no futuro, pode chegar a prejudicar também o mercado de jogos no varejo.

Eu diria que o impacto que a recessão teve, que o impacto mais importante, especialmente nos jogos AAA para console, foi o aumento dos jogos de segunda mão. E eu acho que isto é um dos problemas número um da indústria neste momento. Eu dou apenas o exemplo de Heavy Rain,” disse ele à GamesIndustry.biz.

"Nós basicamente vendemos até hoje aproximadamente duas milhões de unidades, [e] nós sabemos por causa do sistema de troféus que provavelmente mais de três milhões de pessoas compraram e jogaram o jogo,” afirmou. “... [isto representa] um milhão de pessoas jogando o meu jogo sem me darem um centavo.”
De fato, as estimativas de Fondaumiere são de que a Quantic Dream perdeu entre €5 ($6.8, R$ 10,9) e €10 ($13.7, R$ 21,9) milhões em direitos autorais por causa do mercado de jogos usados.
Agora, eu conheço os argumentos, sabe, de que sem os jogos de segunda mão as pessoas provavelmente comprariam menos jogos, porque elas compram certos jogos [pagando] o preço total e então elas trocam e etc, etc. Bem, eu não estou tão convicto de que este seja o caminho correto e eu acho que as desenvolvedoras e com certeza as publicadoras e distribuidoras deveriam sentarem juntas e tentarem encontrar uma forma de contornar isso,” continuou Fondaumiere.
Porque nós basicamente estamos dando tiro no próprio pé aqui. Porque quando os desenvolvedores e as distribuidoras perceberem que eles não conseguirão sobreviver produzindo jogos para serem vendidos no varejo por causa dos jogos de segunda mão, eles simplesmente pararão de fazer estes jogos. E nós todos, de uma forma ou de outra, simplesmente iremos para o online e para a distribuição direta. Então eu não acho que ao longo termo isto seja uma coisa boa para a distribuição no varejo de forma alguma.
Ele admitiu que talvez as distribuidoras de jogos devessem tentar atender aos consumidores em parte para que os jogos usados se tornem menos vantajosos.
Agora, os jogos são muito caros? Eu sempre disse que os jogos são provavelmente muito caros, então provavelmente [nós precisamos encontrar um nível adequado aqui], e nós precisamos discutir isso todos juntos e tentar encontrar uma forma na qual, diria eu, reconciliaria com as expectativas dos consumidores, as expectativas dos lojistas, mas também com as expectativas das distribuidoras e das desenvolvedoras para tornar este mercado um negócio viável,” complementou ele.


FONTE: Industrygamers.com

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